Crise Religiosa - Reforma Protestante
As causas que levaram a esta crise religiosa foram o domínio da igreja católica sobre a sociedade europeia, o clero vive no luxo e na opulência em contraste ao ideal de pobreza que pregava, a corrupção e imoralidade por parte dos clérigos e a renúncia ao apelo dos humanistas à recondução da pureza inicial do Cristianismo.
A rebelião de Martinho Lutero
• Em 1513, o papa Leão X pede aos fiéis que contribuíssem com dinheiro para as obras da Basílica de S. Pedro;
• Em troca os fiéis recebiam uma bula de indulgências, que declarava o perdão das almas do purgatório;
• No ano de 1517, Martinho Lutero, tomou uma posição pública contra a doutrina das indulgências, numa proclamação conhecida como as Noventa e Cinco Teses.
O Reformismo Protestante
O Reformismo Protestante
• Martinho Lutero criticou a ideia de que o homem só poderia alcançar a salvação eterna através da prática de boas obras e da mediação do clero;
• Para Martinho Lutero o fundamental era a fé, isto é, o homem só se salva se tiver fé – acreditar em Cristo e na sua palavra era fundamental;
• Por isso traduziu a Bíblia para alemão para que cada crente a pudesse ler;
• O culto deve limitar-se à leitura da Bíblia e ao cântico de hinos;
• Reduziu os sacramentos, mantendo apenas o baptismo e a comunhão e aboliu o culto dos santos e da Virgem Maria;
• Defendeu a extinção das ordens monásticas, do celibato eclesiástico;
• Estabeleceu que a Igreja não deveria possuir propriedades.
Muitos Príncipes alemães apoiaram o luteranismo, seduzidos pela possibilidade de se apropriarem dos bens da igreja. As ideias de Martinho Lutero deram início à Reforma Protestante.
Três pilares da doutrina Cristã
• Justificação pela fé – a pessoa é salva por meio da fé e não pelas obras que pratica;
• Sacerdócio Universal – todos os crentes podem interpretar os textos sagrados por si mesmos;
• Negação da infalibilidade da igreja – a única fonte da verdade é a Bíblia, e não a tradição ensinada pela igreja.
Diversidade dos cleros
• Durante a primeira metade do século XVI, a vontade de aproximação à doutrina original de cristianismo, concretizou-se na Reforma, em que se inclui o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo.
Luteranismo
Protestantes Calvinismo
Anglicanismo
Ø Calvinismo
• Difundiu-se sobretudo na Holanda, na Escócia e em algumas regiões da França;
• Defendia que a única fonte de fé é a Bíblia mas a interpretada por Calvino;
• Na eucaristia Cristo só está presente em espírito;
• O Estado era absorvido pela igreja Calvinista;
• Os pastores são designados pelos féis e a hierarquia abolida.
Ø Anglicanismo
• Em Inglaterra a reforma surge no desejo de divórcio do rei Henrique VIII;
• Invocando a falta de um sucessor varão, pediu ao Papa Clemente VII que autorizasse o divórcio com Catarina de Aragão para contrair casamento com Ana Bolena;
• Vendo o seu pedido negado, proclamou em 1534, o Acto de Supremacia, segundo o qual “o rei passava a ser o único chefe suprema da Igreja de Inglaterra.”
• O Anglicanismo procurava conciliar princípios católicos e calvinistas;
• Entre os demais princípios anglicanismo previa: a primazia das escrituras como fonte de fé, a Bíblia interpretada pelos Bispos e a abolição do celibato dos padres.
Divisão da Europa no século XVI
• Católicos – Portugal, Espanha, França Itália entre outros;
• Luteranos – Alemanha;
• Calvinismo – Holanda, Escócia e em algumas regiões da França;
• Na Inglaterra em 1534 o Rei Henrique VIII fundou a Igreja Anglicana da qual se tornou chefe supremo,
A grande ruptura é entre Católicos e Protestante o que vai originar confrontos muito violentos
Contra-Reforma e Reforma Católica
Concílio de Trento (1545 – 1563);
• O Papa Paulo III convocou todos os Bispos para discutir a reforma da Igreja em resposta às criticas dos protestantes e decidiu:
• Condenar o protestantismo;
• Reafirmar os dogmas da Igreja (valor das indulgências e dos sete sacramentos, reforço do culto da virgem e dos santos);
• Reforma dos costumes (criação de seminários, confirmação da excelência do celibato;
• Preparação de uma lista dos livros proibidos;
• A Igreja Católica utilizou ainda dois instrumentos de combate ao reformismo: O Index e a Inquisição.
O caso peninsular
• A Península Ibérica permaneceu quase impenetrável ao reformismo protestante;
• Em 1492 os reis Católicos de Espanha reactivaram a inquisição e decretaram a expulsão dos Judeus. Muitos destes Judeus foram recebidos em Portugal por D. João II;
• Em 1496 o rei D. Manuel, pressionado pelos reis de Espanha, seus sogros, decreta a expulsão dos Judeus e o baptismo forçado de todos os menores de 14 anos e daqueles que não partissem para o estrangeiro, formando-se um novo grupo, os Cristãos-novos;
• Apesar de convertidos os Cristão-novos foram torturados e condenados em cerimónias públicas, chamados autos-da-fé pela inquisição introduzida em Portugal no reinado de D. João III.
A estagnação cultural
• Com a cultura severamente controlada, através do Index, muitos humanistas como Damião de Góis, foram perseguidos e muitas obras literárias do século XVI foram alteradas ou mesmo proibidas pela inquisição;
• A Companhia de Jesus criou diversos colégios e universidades, como forma a travar o espírito renascentista e travar a penetração do reformismo protestante na Península Ibérica.
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